Antes dos europeus chegarem à Amazônia, no século XVI, os povos indígenas que habitavam a região eram numerosos, divididos em diferentes nações, com línguas e costumes próprios. Basicamente, desenvolviam o cultivo da mandioca e a pesca, promoviam um intenso comércio intertribal e moravam em habitações amplas e arejadas, feitas de troncos de árvores e cobertas de palha. Dentre os povos que habitavam o Rio Negro, três se destacavam pela valentia e heroísmo ante os conquistadores: os Manáo, os Baré e os Tarumã. Os Manáo, que constituíam o grupo étnico mais importante da área, habitavam as duas margens do Rio Negro, com população estimada em cerca de 10 mil índios no Século XVII, número avaliado após os primeiros violentos choques travados com os portugueses. É nesse contexto que tem início a história da Cidade de Manaus. Francisco Orellana foi o primeiro viajante a passar pela foz do Rio Negro, em 1542. Entretanto, só em 1639, é que Pedro Teixeira toma posse da região amazônica, em nome da coroa portuguesa. Trinta anos depois, em 1669, o governador-geral do Pará ordena a construção da Fortaleza de São José do Rio Negro – um ponto militar para resguardar o rio dos invasores holandeses e espanhóis, inimigos da Coroa Portuguesa.
Ao redor do Forte da Barra é constituído um núcleo populacional denominado Lugar da Barra, onde hoje se encontra a Cidade de Manaus. Os anos 1700 são marcados pela política portuguesa de fortificação das tropas de resgate, responsável pela exterminação de cerca de 2 milhões de índios, só na região do Rio Negro. Os portugueses, impetuosos, queriam garantir a hegemonia do tráfego de sua estrada real - o Rio Amazonas - um caminho acessível a grandes riquezas. Os Manáo, liderados por Ajuricaba resistem à invasão de seu território, lutando até o fim. Na segunda década do Século XVIII, devido à escassez de mão-de-obra em Belém, Pará, foram quase que completamente exterminados por uma tropa de guerra justa dos portugueses, que aprisionou e escravizou um grande número de índios. Segundo a lenda, Ajuricaba, ainda hoje considerado símbolo de resistência, luta e coragem, suicidou-se jogando-se ao Rio Negro, acorrentado, preferindo a morte ao jugo português. Após mais de um século de fundação, o Lugar da Barra ainda era constituído por algumas casas de palha, madeira e taipa, protegidas pelo Forte da Barra, com uma população de 220 índios, 34 brancos e dois negros escravos, conforme levantamento feito pelo ouvidor Sampaio, em 1778. Havia, ainda, a capela de Nossa Senhora da Conceição, muito simples, feita de palha e chão batido.
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