Escola Técnica Federal do Amazonas
Através do decreto n.º 7.566, de 23 de setembro de
1909, instituiu-se, no estado do Amazonas, pelo Presidente Nilo Peçanha a
Escola de Aprendizes de Artífices, instalada oficialmente a 1.º de outubro de
1910. Seu primeiro diretor foi o bacharel e jornalista Saturnino Santa Cruz de
Oliveira, a quem coube a tarefa de organizar o ensino técnico-profissional
oficial, em nosso estado.
A Escola de Aprendizes de Artífices foi instalada
na rua Urucará, numa chácara de propriedade da família [Raymundo] Afonso de
Carvalho. Posteriormente, funcionou, a título precário, no edifício da
Penitenciária do Estado, passando daí a um prédio de madeira, onde se ergue
hoje o mercadinho da Cachoeirinha, logo ao fim da ponte Benjamin Constant, na
rua Humaitá.
Em 1942, já com a denominação de Liceu Industrial de Manaus, que lhe foi
conferida por força das modificações introduzidas no então Ministério da
Educação e Saúde, em decorrência das diretrizes determinadas no art. 129 da
Constituição de 10 de novembro de 1937, instalou-se no atual edifício, na
avenida Sete de Setembro n.º 1.975, ocupando a área de 24.649m2, a essa época
com área construída de 5.887m2 e capacidade para 400 alunos, inclusive 100
internos.
A lei orgânica do Ensino Industrial de 1942
(Decreto-lei n.º 4.073, de 30 de janeiro de 1942) trouxe novas diretrizes ao
ensino técnico-industrial, em conformidade com a nova filosofia educacional
adotada pelo Estado Novo, então imperante, que a essa altura enfatizava o
progresso industrial.
E, por força do art. 8.º do decreto-lei n.º 4.127,
de 25 de fevereiro de 1942, o Liceu Industrial passou a chamar-se Escola Técnica de Manaus, até que pela
Portaria n.º 239, de 3 de setembro de 1965, do ministro da Educação e Cultura,
arrimado na Lei n.º 4.795/65, passou a denominar-se Escola Técnica Federal do Amazonas. Essa escola singular, hoje um
suntuoso edifício, muito bem instalado e equipado, dirigido e orientado com
eficiência para cumprir a sua grande parcela no processo de integração do
Amazonas, no pertinente à formação de mão de obra especializada para a
indústria local e regional.
Com a reforma do Ensino Industrial instituída pela
Lei n.º 3.552, de 16 de fevereiro de 1959, a Escola Técnica Federal do Amazonas
passou a ser administrada por um Conselho de Representantes, composto de seis
representantes da comunidade, escolhidos pela presidência da República, e por
um diretor executivo, nomeado pelo presidente do Conselho.
O primeiro conselho de representantes da Escola
Técnica Federal do Amazonas foi empossado pelo saudoso professor doutor Aderson
Andrade de Menezes, devidamente credenciado pelo ministro da Educação, em
dezembro de 1960, e constituído dos industriais Isaac Benayon Sabbá, Mário das
Neves Guerreiro, Armando Mesquita, dos engenheiros Antonio Carlos Rhossard
Guimarães e Elias Morkazel e do professor José Dias Barbosa, seu primeiro
presidente.
A partir da reforma do Ensino Industrial de 1959, a
Escola Técnica Federal do Amazonas vem experimentando reformas radicais em sua
estrutura pedagógica-didática. Assim é que, a partir de 1962, passaram a
funcionar os cursos técnicos. O primeiro deles foi o de eletrotécnica,
criando-se, posteriormente, os de edificações e estradas, e, a partir de 1972,
funcionará o curso técnico de eletrônica, com equipamento já instalado.
Consta-se que quando da instalação da velha Escola de Aprendizes
Artífices, o então secretário de Estado, senhor Antonio Teixeira, fazia “via
sacra” pelo bairro da Cachoeirinha, implorando aos pais de jovens em idade
escolar, que matriculassem seus filhos na nova Escola Profissional, que
funcionou, inicialmente, com apenas três alunos.
Hoje a Escola Técnica Federal do Amazonas, com sua
capacidade didática ampliada, instalações e equipamentos renovados, conta com
1.999 alunos regularmente matriculados nos diversos cursos, assim distribuídos:
Ginásio industrial................. 363
Técnico de edificações.......... 419
Técnico de eletrotécnica....... 264
Técnico de estradas............. 153
................ 1.999
A Escola conta, ainda, com um Conselho de
Professores, como órgão consultivo e deliberação pedagógica-didática, presidido
pelo diretor executivo e constituído dos seguintes titulares: professores
Alfredo Barbosa Salermo, Carlos Alberto Rocha, Edson Alves Pereira, Elias Abdalla
Aucar, Geraldo Bonates Bezerra, Helio Prestes Assayag, Jorge Humberto Barreto,
Waldir Garcia e Manoel do Carmo Chaves Neto.
Já passaram
alunos que se notabilizaram na vida profissional e se destacaram nas funções
que exercem, sendo oportuno recordar, dentre outros, o saudoso professor
[Pedro] Silvestre da Silva, fundador do Colégio Brasileiro de Manaus;
professores Pojucan Rafael de Souza; Ildefonso Olindo dos Santos e José Dias
Barbosa, já aposentados; doutor Agnus Carvalho Veloso, atual vice-diretor da
Receita Federal; Afonso Pereira Lima, gerente da Nestlé, em Manaus; o famoso
massagista Raimundo (Dico) Paiva; o diretor do Departamento de Estradas de
Rodagem do Amazonas, engenheiro Orlando Cabral Holanda.
Os dados acima explicam, por si sós, a grande
procura da atual Escola Técnica Federal do Amazonas, que conta com um corpo
docente seleto e com uma direção de grande visão pedagógica e administrativa.
Hoje, a Escola Técnica Federal do Amazonas adota
métodos educacionais condizentes com a fase de mudança por que passa a
sociedade contemporânea. Procura auscultar as tendências vocacionais e
instituir cursos técnicos necessitados pelas contingências da vida industrial
incipiente, mas com perspectivas da afirmação e continuidade.
Considera “que é preciso fazer sentir a todos os
jovens, que não é necessário ser doutor para ajudar este país a crescer; que o
técnico de nível médio é tão importante quanto o de nível superior; que é
imprescindível romper a atual estrutura que só dá valor à inteligência verbal,
deixar para trás a escola discursiva, a do ensino acadêmico orientado às
escolas superiores”.
A Escola se preocupa com uma reformulação que
possibilite integrar o jovem, de maneira mais rápida possível, no processo de
desenvolvimento nacional. Com este propósito, a Escola Técnica Federal do
Amazonas se enquadra no entendimento de que a educação é o nosso primeiro
problema nacional: primeiro, porque o mais urgente; primeiro, porque solve
todos os outros; primeiro, porque, resolvido, colocará o Brasil a par das
nações mais cultas, dando-lhe proventos e honrarias e lhe afiançando a
prosperidade e a segurança; e, se assim faz-se o primeiro, na verdade se torna
o único.
Ai e do meu tempo 1990 ainda tenho fotos com essa farda que saudade boa.
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