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quinta-feira, 26 de junho de 2014

Rua Miranda Leão



A rua Miranda Leão – que se inicia na Rua Marquês de Santa Cruz e termina no igarapé de Educandos – recebeu essa nomenclatura em 1920. Miranda Leão nasceu no município amazonense de Maués, a 09/01/1869.

Foi o Intendente Dr. Fulgêncio Martins Vidal que, na reunião da Intendência (hoje Câmara Municipal) do dia 16 de junho de 1920, ocupou a tribuna para apresentar um projeto de lei com esta justificativa:

“Para mim seria doloroso se não o fizesse, pois jamais poderia deixar que a esponja do tempo apagasse o nome de um ilustre amazonense tão cedo roubado do convívio daqueles que de perto o conheciam e apreciavam a sua vasta e profunda erudição e o seu caráter sem jaça. Quero, pois, me referir ao meu saudoso amigo e colega Dr. João Coelho de Miranda Leão, para que requero seja lançada na Ata dos nossos trabalhos de hoje, voto de profundo pesar”.

Prosseguindo da tribuna, o orador disse:

“O distinto morto exerceu durante alguns anos os cargos de Intendente e Superintendente deste Município em os quais sempre revelou competência em administração operosa e honesta, também como Diretor do Serviço Sanitário deste Estado. Foi ele o primeiro médico desta cidade que iniciou por conta do governo do Coronel Antônio Clemente Ribeiro Bittencourt, os trabalhos da profilaxia contra a Febre Amarela, cuja glória da extinção desta não lhe coube, porque justamente quando os casos de óbitos vinham sendo resumidos, aportou aqui uma Comissão nomeada pelo Governo Federal para tal fim, mas em parte muito lhe deve”.

Durante a epidemia gripal, como Chefe do Serviço Sanitário, foi incansável e dedicado em combater o mal, salientando-se entre os que muito trabalharam nessa quadra temerosa e aflita que, então atravessamos, conforme se poderá ver nos jornais, chegando até, juntamente com outros, a dirigir os enterramentos nos dias mais angustiosos que passamos em meados de novembro de 1918. Miranda Leão deixou a clínica que lhe dava meios de subsistência para empregar suas atividades no elevado cargo que exercia e para atender somente aos desprotegidos da sorte que necessitavam de seus serviços profissionais. A um amazonense tão distinto, tão honesto e tão humanitário, este Conselho deve render-lhe o devido preito, gravando-lhe o nome em uma das ruas desta cidade e prestando-lhe as últimas homenagens perpetuando-lhe a sepultura e levantando-lhe um mausoléu condigno com a sua posição”.

Depois dessas considerações, o Intendente Fulgêncio Martins Vidal apresentou um projeto de lei com esta redação:

“Em homenagem ao distinto médico amazonense Dr. João Coelho de Miranda Leão, pelos relevantes serviços prestados ao povo desta cidade, toma o nome de Rua “Doutor Miranda Leão” a Rua”Marechal Hermes”, antiga Rua dos Remédios, e fica perpetuada a sepultura nº. 19.023, do Cemitério de São João Batista, onde jazem os restos mortais do pranteado patrício, Dr. Miranda Leão“.

Ao concluir a sua oração, o Intendente deu ainda as seguintes explicações ao Plenário:

“Apresentando este projeto, devo uma explicação aos meus pares, bem assim ao povo deste Município. Proponho a mudança do nome da antiga Rua dos Remédios depois Marechal Hermes, para o nome do pranteado Dr. Miranda Leão, porque o nome do nosso estimado patrício e ínclito Marechal do nosso glorioso Exército já se acham assinalado em belo Grupo Escolar, sendo esta a razão porque pensei em substituir o nome da referida rua, sem querer de modo nenhum trazer a menor desconsideração ao nosso ilustrado Marechal”.

O projeto foi aprovado na reunião do dia 17 de julho de 1920 passando a ser Lei nº 1040.

Miranda Leão havia cometido suicídio no dia 26/06/1920, com um tiro de revolver na cabeça, um fato inesperado pelos seus mais chegados amigos, pois era um homem equilibrado. Corriam notícias de que ele havia descoberto estar com lepra, talvez por ter exercido a profissão de médico no Leprosário do Umirisal.

(Dados colhidos em livros de Atas da Câmara Municipal)

Fonte: BAÚ VELHO

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