Na reunião da Intendência Municipal de Manaus do dia 19 de julho de 1928, o Intendente (hoje Vereador), Sérgio Rodrigues Pessoa apresentou projeto dando a denominação de Rua Comendador Alexandre Amorim e, na justificativa dizia:
Considerando que nunca é tarde para se fazer justiça aos que por seus méritos e trabalhos, em prol do bem geral, se tornaram merecedor da estima e consideração públicas;
Considerando que a vida dos que trabalha pelo progresso desta terra, deve servir de exemplo aos pósteros;
Considerando que entre eles acha-se o Comendador Alexandre Amorim, cuja memória tem sua até hoje esquecida;
Considerando que a ele muito deve o Comércio e Indústria desta terra, pois, contra a expectativa geral do tempo, conseguiu, apesar da luta que contra si moviam os dirigentes do Pará, trouxe a navegação direta de Liverpool a esta cidade, além de outros não pequenos serviços para a então Província do Amazonas;
Considerando que foi um dos fundadores da Associação Comercial e dos primeiros estabelecimentos industriais, entre os quais uma serraria a vapor, uma fábrica de sabão e organizador da primeira empresa de carnes verdes além de uma fábrica de panificação;
Considerando que sua ação estendeu-se por toda a então Província, pois foi também fundador de uma linha de navegação para o interior da mesma;
Considerando que o Conselho Municipal não tem regateador suas homenagens aos que delas se tornaram dignos, o Conselho Decreta:
Art. 1º Fica denominada de Rua Comendador Alexandre Amorim, o trecho que em seguimento da Rua 10 de Julho, da Rua Luís Antony ao Igarapé da Cachoeira Grande.
Art. 2º Revogam-se as disposições em contrário.
(a) Sérgio Rodrigues Pessoa.
O Projeto foi transformado em Lei nº 946, de 23 de julho de 1918.
CONTESTAÇÃO
Na reunião do dia 22, da Intendência Municipal, o Intendente Sérgio Rodrigues Pessoa pediu a palavra para contestar o que disse certo jornal, o historiador da Manaus antiga que com evasivas procurou diminuir o valor do Comendador Alexandre Amorim, relativamente à parte material que teve no desenvolvimento de nossa capital.
Afirmou que no antigo bairro dos Alferes, que mais tarde tomou a denominação dos “Estoques” como o denominou um antigo português, que não se expressando bem, deu em resultado a que o vulgo começasse a chamar de bairro dos “Tocos”, que ainda hoje permanece em sua parte e o Plano Inclinado em outra parte aonde existe a oficina do “Guide”.
Referindo-se ao velho político Padre Salgado, diz que naquele local nunca existiu bairro algum com esse nome.
Afirma, no entanto, haver existido ali um terreno e uma pequena casa conhecida pela denominação de “Rocinha do Padre Salgado”, bem como outros nomes que davam a denominação a muitos bairros.
Terminando desafia o citado jornal a combater com argumentos verdadeiros e leais, a respeito do bairro em questão e do nome ilustre e respeitável do Comendador Alexandre Amorim, como tem afirmado e dito da tribuna desta Casa.
Fonte: BAÚ VELHO
Nenhum comentário:
Postar um comentário