Com a chegada da Corte Portuguesa no Brasil, algumas medidas foram tomadas por D.
João VI em relação à instrução, para atender a Corte. Nesse sentido, foram criados cursos superiores e com o tempo fez‐se necessário criar cursos secundários.
O Ato Adicional de 06/08/1834 trouxe uma ruptura na legislação do ensino, uma vez que as Províncias obtiveram o direito de legislar sobre o ensino primário e secundário. O ensino superior e o acadêmico ficaram com o poder central. A princípio, os Liceus nas Províncias, tinham a atribuição de oferecer aos alunos as disciplinas exigidas nos exames preparatórios para o ingresso no ensino superior.
Nas principais Províncias onde foram criados os Liceus, o currículo básico foi composto pelos cursos de latim, retórica, gramática, grego, geografia e ciências naturais. Ficava a cargo das Assembleias Legislativas preparar as modalidades de ensino e formar os quadros de recursos humanos, relativos a instrução pública.
As desigualdades regionais de ensino, principalmente as de caráter econômico e
geográfico, protelaram a criação do Liceu Provincial Amazonense, fato esse que só ocorreu em 14/03/1869 pelo Regulamento nº 18, assinado pelo presidente da Província Dr. Wilkens de Mattos. Tendo como primeiro diretor o Dr. José Maria D’ Albuquerque Melo.
Antes de possuir sede própria suas instalações foram nas dependências do Seminário Episcopal de São José. Depois ocupou esta várias outras edificações, devido a essa rotatividade, fez com que, a necessidade de construção de instalações condizentes para o seu funcionamento, fosse concretizado no ano de 1880, no governo do presidente provincial Sátyro de Oliveira.
O prédio foi construído para o Liceu Provincial Amazonense. Possuindo estilo neoclássico,
com dois pavimentos, contendo salas amplas, os corredores internos com janelas para as alas descobertas, onde estava localizado o teatro de arena. Fazia parte de sua estrutura 1 porão e 3 escadas, que davam acesso à parte superior. Uma escada foi construída em madeira maciça e as outras duas de ferro em hélice. A fachada principal foi composta por 4 colunas feitas de pedra de
cantaria e uma escadaria em mármore.
O primeiro governador do Estado do Amazonas tenente‐coronel Augusto Ximenez de Villeroy, extinguiu o Liceu Provincial Amazonense, por meio do Decreto nº 15 de 17/01/1890, alegando falta de recursos para mantê‐lo. No entanto, em 13/10/1893 pelo Decreto nº 34, promulgado pelo então governador Eduardo Gonçalves Ribeiro, criou o Gymnasio Amazonense, queno transcorrer de sua existência surgiram vários cursos entre eles: agrimensura, comercial, pré‐médico, científico, humanidades, clássico, laboratório, saúde, patologia clínica e o acadêmico.
O quadro de funcionários englobava além do corpo docente o administrativo, era
composto por um diretor, um secretário, um amanuense, dois bedéis, um contínuo, um jardineiro e dois serventes. Quanto à formação do professor, bem como o critério de seleção e aprovação para exercer o magistério, era extremamente rígido, o mesmo se dando com o ingresso dos discentes à instituição.
Em 1931, pelo Decreto Constitucional nº 19.560 foi criado o Ministério da Educação e
Saúde. Neste ínterim, o Governo Federal instituiu a Reforma de ensino Francisco Campos,
conforme o Decreto Federal nº 21.241 de 04/04/1932, que dividiu o curso secundário em duas
etapas: o fundamental e o complementar.
Diante desse novo dispositivo, a direção do Gymnasio Amazonense Provincial solicitou ao
Ministério da Educação e Saúde uma inspeção, pois o curso secundário compreendia apenas o fundamental, sendo aprovado pela Assembleia Legislativa do Estado do Amazonas, conforme lei nº 509 de 23/05/1932, o curso complementar no Gymnasio.
O Gymnasio Amazonense teve seu nome alterado por diversas vezes. Primeiramente foi
denominado de Liceu Provincial Amazonense (1869), depois para Gymnasio Amazonense (1893), e Gymnasio Amazonense Pedro II em 1925, mas em 19/02/1938 volta a ter a denominação de Gymnasio Amazonense. E, 1943, recebeu o nome de Colégio Estadual do Amazonas. Apesar dos inúmeros acontecimentos, o Gymnasio Amazonense Pedro II tornou‐se um referencial, contribuindo para a formação de pessoas renomadas na cidade de Manaus.
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