PICOLÉ DO ARANHA
A cidade de Manaus é tão quente, que as vezes faz quarenta graus na sombra, com o maior consumo per capita de picolé do país.
Para matar a sede dos manauaras, o que tem de "picolezeiro" na nossa cidade não é brincadeira!
Para driblar a concorrência, o senhor Ney de Oliveira Valente, resolveu comprar um carrinho de picolé, um guarda-chuva, apito e, vender o seu produto vestido igualzinho ao Homem Aranha.
Já pensou um cara passar o dia todo vestido com aquela indumentaria, vendendo os seus picolés da massa, num calor de 40 graus; não é para qualquer um, tem que ser um valente.
Ele tem o mote “Picolé, picolé, sou eu, o Homem Aranha, velhos, crianças e adultos, picolé, picolé, de manhã e de tarde, de domingo a domingo, picolé, picolé, sou eu, o Homem Aranha!”.
Este senhor já foi vendedor de frutas, guaraná em pó e xarope, em Porto Velho; chegou a ser garimpeiro, onde houve uma desavença, tendo uma pequena perfuração na cabeça por bala de fogo, toma até hoje remédios controlados, porém, leva a vida numa boa, de bom humor, trabalhando normalmente, sendo muito festejado pelas crianças e adultos, apesar de ainda ser muito perseguido por pessoas que não entendem que ele utiliza aquela roupa como uma ferramenta de trabalho, de uma forma lúdica e diferenciada para vender os seus picolés.
Ele é um homem de bom coração, chega a doar boa parte dos seus picolés para as crianças carentes e, para quem não tem dinheiro, ele vende até fiado. Aos domingos a tarde, após um dia de labuta, ele gosta de frequentar a famosa “Casa do Terror”, na Lagoa Verde, uma casa de cheia de teias de aranhas, onde somente toca vinis e fitas cassete da melhor qualidade; gosta de curtir muito forró e boleros, dizem as mulheres que ele é um tremendo “pé de valsa”.
O cineasta Anderson Mendes fez um documentário de 20 minutos sobre O Picolé do Aranha, chegando a ganhar, em 2009, o melhor filme júri popular, do Amazonas Filme Festival.
Para conhecer mais esse grande brasileiro, basta acessar o site www.picoledoaranha.blogspot.com.
Fonte: Blog do Rocha
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