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segunda-feira, 15 de setembro de 2014

Santa Etelvina

Santa Etelvina

Etelvina de Alencar, jovem nordestina de 17 anos de idade, sacrificada às mãos de um conterrâneo seu, o qual se deixara dominar por estranha e mórbida paixão. Isso em princípio de 1901.

Filha de Cosme José de Alencar e Antonia Rosalina de Alencar, Etelvina nasceu em Boa Vista do Icó (CE), em 1884, vindo para Manaus em companhia de sua mãe, já então viúva, e de três irmãs, sendo uma destas casada. De Manaius a família foi para a Colônia “Campos Sales”, inaugurada dois anos antes, onde iriam se dedicar aos trabalhos agrícolas.

Na colônia, Etelvina conheceu um colono de nome José que logo a primeira vista por ela se apaixonou, e em poucoi tempo se casaram. Cedo, porém, veio a desilusão: a jovem disse a José que não mais desejava se casar com ele, desfazendo-se, deste modo, os compromissos assumidos anteriormente.

Transtornado, José, chegou a acreditar que Etelvina acabou o noivado com ele pois possuía três namorados: Antonio, Estevam e Henrique. Então José jurou vingar-se, não só da ex-namorada, mas, igualmente, dos três rapazes que imaginava causadores de sua infelicidade. E tudo planejou, fria e demoradamente.

Veio à Manaus, onde adquiriu um rifle e farta munição. Mataria a todos, dissera ele a amigos. Era março de 1901. 

E, assim, aconteceu. Mal entrara na colônia, José alveja a tiros a Estevam, que descuidado não esperava a agressão; ao primeiro disparo ele corre, procurando se desvencilhar do assassino; um segundo tiro, porém, o matou. Mais adiante, estava Henrique, com quem José trava violenta luta corporal; José o matou também. Um pobre caboclo, que dormia à sombra de uma árvore próximo à casa da administração, é a terceira vítima da fúria sanguinária de José.

Cometidos os três crimes, José se dirige à casa de Etelvina, e, valendo-se do rifle pôs abaixo a porta da casa. Nessa ocasião, aparece-lhe Versoli, administrador da colônia, que procura interceptar a entrada do criminoso, sendo também assassinado por José. 

Suspeitando das intenções do bandido, a moça tenta fugir, mas é alcançada por José e, quase nua, pés descalços, com uma simples camisola, Etelvina é arrastada para a densa floresta que se estendia às proximidades da casa.

Diversas buscas foram feitas para localizar Etelvina, mas sem sucesso. E, somente a 8 de março de 1901, é encontrado o local, onde um drama, misto de amor e ódio, chegara ao fim. E, ali, a visão que estarreceu a todos: duas caveiras se defrontavam, entre os dois esqueletos estava o rifle levado por José, chegava-se a conclusão que José matara a infeliz Etelvina, suicidando-se, em seguida.

Etelvina de Alencar, ou “santa Etelvina”, como é por todos reverenciada, está sepultada no cemitério de São João Batista, em sepultura perpetuada por lei municipal n.º 233, de 30 de agosto de 1901, à sombra do jazigo que o Povo Amazonense ergueu à sua memória.

E, desde antão as visitas ao seu túmulo se sucedem, ininterruptamente, durante o dia: são os devotos da meiga “santinha” que ali vão levar suas oblatas, ou acender um círio votivo pelo atendimento às suas súplicas e orações. Diversos casos de milagres concebidos por Santa Etelvina são conhecidos, mas nunca, um estudo detalhado sobre eles foi feito.




Fonte: trabalho do historiador Júlio Uchoa (da Associação Amazonense de Imprensa), divulgado no Jornal do Commercio, de 15 jan. 1956, em sua coluna "Homens, Coisas e Fatos".

3 comentários:

  1. Santa????? Um monte de namorados, foi infiel ao noivo, e na casa onde estava no dia de sua morte havia outro homem (pelo menos é o que informa o narrador!!!), de ode ela fugiu QUASE COMPLETAMENTE NUA, SÓ COM UMA CAMISOLA!!!!

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  2. bom acho que realmente não se aprofundou na historia ela rompeu com ele, e a historias de seus namorados veio de fofocas de seus vizinhos nada comprovado, 'e bom ler outros blogs de historia

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