UTILIDADE PÚBLICA

terça-feira, 19 de agosto de 2014

Grêmio Recreativo Escola de Samba Reino Unido da Liberdade







O Grêmio Recreativo Escola de Samba Reino Unido da Liberdade  surgiu oficialmente em 5 de setembro de 1981, em uma reunião de amigos no bairro Morro da Liberdade. O objetivo inicial era amenizar a violência naquela região, onde os jovens careciam de ocupação.



A escola surgiu na casa de um dos fundadores, Pirulito, na rua Santa Rosa, e participaram da reunião, entre outros, o ex-vereador Bosco Saraiva, Jairo Beira-Mar, Francisco Maciel, Vicente Neto e Mestre Kalama.



Inicialmente eles formaram um bloco de rua que, aos poucos, foi crescendo e ganhando destaque e em 1986 se transformou em escola do Segundo grupo, tornando-se escola do Grupo-Especial em 1987.
Neste meio tempo, a escola acumulou sete títulos de campeã, sendo cinco consecutivos (três e dois), nos anos de 1989, 1995, 1996, 1997, 1999, 2011 e 2012. O enredo mais famoso e marcante de todos foi “Mãe Zulmira – O Amanhecer de Uma Raça”, lembrado até hoje.

HISTÓRIA

No ano de 1981, reunia-se no Morro da Liberdade um grupo de jovens que, com uma visão um pouco mais amadurecida, sentiram a necessidade de interferir no processo histórico do bairro, já que na sua grande maioria eram jovens que tiveram suas infâncias juntos, e que naquele momento também juntos acharam que tinha chegado a hora de se fazer alguma coisa que pudesse mudar a imagem tão desgastada que o bairro tinha.
Com pandeiro e contra-surdo resolveram se unir com objetivo de se formar um bloco de empolgação que viesse de encontro aos anseios de toda comunidade do Morro, que era de ser respeitada, querida e prestigiada por aqueles que ainda não conhecia o seu real valor.
A primeira medida foi de encontrar um local para que fossem realizadas as rodas de samba, tentando com isso despertar primeiro, a atenção da comunidade para com o trabalho que se iniciava. E foi dessa forma que Bosco Saraiva, manteve contato com o então presidente do Libermorro Futebol Clube, para que cedesse a área de lazer da referida sede social, com o serviço de bar pertencendo ao clube, pois aos sambistas só interessava o espaço físico para a execução do ritmo do samba.
E assim, num domingo, dava-se início as rodas de samba. No início as perspectivas eram boas, com pessoas do ciclo de amizades sendo convidadas a prestigiarem o trabalho, facilitando o rápido entrosamento de pessoas, que apesar de se conhecerem não se sentavam na mesma mesa, ou por algum motivo não se falavam, começava ali um trabalho de integração social. Mas o tempo foi passando, e os problemas foram surgindo, haja vista a falta de apoio e de estrutura.
Eram Problemas básicos como a falta de uma aparelhagem de som, que eram sempre alugadas ou emprestadas, mas também começou a falta de ambiente com a direção do Libermorro Futebol Clube, e isso contribuiu para impossibilitar a permanência e a continuidade dos ensaios naquele local. Tudo então parecia acabado, mas por insistência de uma minoria as reuniões continuaram para não dispersar todo o grupo. Mas, estas reuniões passaram a acontecer com menor intensidade, isto quando comparecia alguém. Agora a única esperança era de que asfaltassem o Morro, para que o samba pudesse ser feito na rua “de onde ninguém os tiraria”, uma vez que só possuía asfalto na rua São Benedito (a principal do Bairro), a qual era inviável, por não haver possibilidades de fechá-la. Mas, para o espanto e empolgação dos sambistas, neste mesmo período as máquinas de terraplanagem entravam no Morro, e rapidamente as reuniões voltavam a acontecer, agora com maior intensidade, quando não era na oficina do Abdon, era na casa do Pirulito (Ivamar Nascimento). Algumas pessoas de várias camadas sociais foram convidadas, mas quase nenhuma dessas comparecia, pois, a maioria não acreditava no trabalho. Depois de várias reuniões, marcava-se uma outra na casa do Pirulito, com o objetivo de definir nome, cores e símbolos da nova agremiação.
No início dessa reunião, Bosco Saraiva abriria a mesma com um comentário no qual pedia a todos que se encontravam presentes, que atentassem para sua proposta de que as cores da agremiação fossem verde e branco, que segundo ele, o verde simbolizaria a esperança e o branco a paz, e por achar também que as cores se harmonizavam muito bem na avenida, salientando também, que tais cores não tinham relacionamento nenhum com o Libermorro Futebol Clube. De imediato foram aceitas as considerações feitas por ele. Em seguida passou-se a discutir o nome da agremiação, que após terem sido lembrado nomes como, Acadêmicos da Liberdade, Unidos do Morro, Unidos da Liberdade e outros, prevaleceu outra proposta de Bosco Saraiva: Reino Unido da Liberdade, dizendo ele que, Reino Unido demonstrava a união existente no Morro, principalmente dos dois grupos que formavam o inicio da historia dessa agremiação, e Liberdade, que simbolizaria a democracia, o direito livre de propor e contrapor qualquer decisão que todo sócio teria na Reino Unido da Liberdade.



O símbolo seria uma corôa, que significaria a unificação real de todos esses pensamentos, enquanto que Jairo Beira-Mar completava com o slogan ‘O Melhor Samba’. Marcou-se então uma reunião seguinte, a qual se realizaria na residência do Odilson, onde se formaria a primeira diretoria, ficando como presidente Ivamar Nascimento (Pirulito), aclamado pelos presentes: Elí da Costa Manso, Bosco Saraiva, Bosco Aquino, Jorge Halen (Chocolate) Odilson Gomes, Francisco Maciel (Chico Perneta), Vicente Neto Machado da Costa (Neto Bacurau), Jairo de Paula Beira-Mar, João Antônio da Silva (Maleta), Ozias Mendonça da Silva (Gaia), Gerson Lopes da Costa (Xen-Xen), José Ribamar Saraiva, Zeca do Passo, Francisco Campos dos Santos (Calama) e Roberto Aragão (Dinamite).
Todos os preparativos para o início das rodas de samba foram providenciados, tais como, a liberação da rua Dr. Martins Santana, trecho entre a rua São Benedito e a rua São Pedro, construção do palco, bar, a pintura da rua nas cores verde e branco, a iluminação da rua, sistema de som, enfim, toda ornamentação necessária. E no dia 5 de setembro de 1981, às 21h, dava-se início a primeira roda de samba oficial do G.R.B.C. (Grêmio Recreativo Bloco Carnavalesco) Reino Unido da Liberdade.
Com a rua Dr. Martins Santana completamente tomada pelo público, Zeca do Passo (primeiro puxador de samba oficial da Reino Unido), executava o primeiro samba (do compositor amazonense Chico da Silva), e esta ficou sendo considerada a data de fundação oficial do então Bloco Carnavalesco Reino Unido da Liberdade, por decisão da diretoria. Daí em diante não houve mais paralisações, e aos sábados, a partir das 21h, assim como aos domingos às 16:00, com o tradicional Banho de Samba, o ‘morrista’ tinha um compromisso firmado com o samba e com a Reino Unido. A partir daí a corrente se fortalecia com a chegada de tantos outros que já tinham no coração as cores verde e branca como: Ismar Machado, Caubí, Shazan, Donalber, Alberlane, Abaeté Palha, Arnoldo Cabral, Ivan de Oliveira, Nicéias...
E na segunda-feira gorda de carnaval de 1982, o Reino Unido desfilava o seu primeiro carnaval, com uma média de 600 (seiscentos) figurantes divididos em alas distintas, uma bateria com 40 (quarenta) instrumentos, 04 (quatro) carros alegóricos, idealizados e fabricados pelo artista plástico Pepe Fonnã (primeiro carnavalesco, figurinista e artesão da Reino Unido), e 04 (quatro) destaques, foi com o tema ‘ESPANHA 82, BRASIL TETRA CAMPEÃO’, que o Reino Unido desceu a avenida Djalma Batista conquistando um 4º Lugar.

Em 2013 a escola desfila no Sambódramo contando a história do Livro com o enredo "O Livro, por quê no morro o samba é Lê-Ler" de autoria de Ivan de Oliveira e Tadeu Souza. A escola, atual bicampeã do Carnaval de Manaus, busca o Tri-Campeonato.

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