UTILIDADE PÚBLICA

segunda-feira, 21 de julho de 2014

Escola Técnica Federal do Amazonas

Escola Técnica Federal do Amazonas

  
Através do decreto n.º 7.566, de 23 de setembro de 1909, instituiu-se, no estado do Amazonas, pelo Presidente Nilo Peçanha a Escola de Aprendizes de Artífices, instalada oficialmente a 1.º de outubro de 1910. Seu primeiro diretor foi o bacharel e jornalista Saturnino Santa Cruz de Oliveira, a quem coube a tarefa de organizar o ensino técnico-profissional oficial, em nosso estado.

A Escola de Aprendizes de Artífices foi instalada na rua Urucará, numa chácara de propriedade da família [Raymundo] Afonso de Carvalho. Posteriormente, funcionou, a título precário, no edifício da Penitenciária do Estado, passando daí a um prédio de madeira, onde se ergue hoje o mercadinho da Cachoeirinha, logo ao fim da ponte Benjamin Constant, na rua Humaitá.

Em 1942, já com a denominação de Liceu Industrial de Manaus, que lhe foi conferida por força das modificações introduzidas no então Ministério da Educação e Saúde, em decorrência das diretrizes determinadas no art. 129 da Constituição de 10 de novembro de 1937, instalou-se no atual edifício, na avenida Sete de Setembro n.º 1.975, ocupando a área de 24.649m2, a essa época com área construída de 5.887m2 e capacidade para 400 alunos, inclusive 100 internos.


A lei orgânica do Ensino Industrial de 1942 (Decreto-lei n.º 4.073, de 30 de janeiro de 1942) trouxe novas diretrizes ao ensino técnico-industrial, em conformidade com a nova filosofia educacional adotada pelo Estado Novo, então imperante, que a essa altura enfatizava o progresso industrial.

E, por força do art. 8.º do decreto-lei n.º 4.127, de 25 de fevereiro de 1942, o Liceu Industrial passou a chamar-se Escola Técnica de Manaus, até que pela Portaria n.º 239, de 3 de setembro de 1965, do ministro da Educação e Cultura, arrimado na Lei n.º 4.795/65, passou a denominar-se Escola Técnica Federal do Amazonas. Essa escola singular, hoje um suntuoso edifício, muito bem instalado e equipado, dirigido e orientado com eficiência para cumprir a sua grande parcela no processo de integração do Amazonas, no pertinente à formação de mão de obra especializada para a indústria local e regional.

Com a reforma do Ensino Industrial instituída pela Lei n.º 3.552, de 16 de fevereiro de 1959, a Escola Técnica Federal do Amazonas passou a ser administrada por um Conselho de Representantes, composto de seis representantes da comunidade, escolhidos pela presidência da República, e por um diretor executivo, nomeado pelo presidente do Conselho.

O primeiro conselho de representantes da Escola Técnica Federal do Amazonas foi empossado pelo saudoso professor doutor Aderson Andrade de Menezes, devidamente credenciado pelo ministro da Educação, em dezembro de 1960, e constituído dos industriais Isaac Benayon Sabbá, Mário das Neves Guerreiro, Armando Mesquita, dos engenheiros Antonio Carlos Rhossard Guimarães e Elias Morkazel e do professor José Dias Barbosa, seu primeiro presidente.
A partir da reforma do Ensino Industrial de 1959, a Escola Técnica Federal do Amazonas vem experimentando reformas radicais em sua estrutura pedagógica-didática. Assim é que, a partir de 1962, passaram a funcionar os cursos técnicos. O primeiro deles foi o de eletrotécnica, criando-se, posteriormente, os de edificações e estradas, e, a partir de 1972, funcionará o curso técnico de eletrônica, com equipamento já instalado.

Consta-se que quando da instalação da velha Escola de Aprendizes Artífices, o então secretário de Estado, senhor Antonio Teixeira, fazia “via sacra” pelo bairro da Cachoeirinha, implorando aos pais de jovens em idade escolar, que matriculassem seus filhos na nova Escola Profissional, que funcionou, inicialmente, com apenas três alunos.

Hoje a Escola Técnica Federal do Amazonas, com sua capacidade didática ampliada, instalações e equipamentos renovados, conta com 1.999 alunos regularmente matriculados nos diversos cursos, assim distribuídos:

Ginásio industrial................. 363
Técnico de edificações.......... 419
Técnico de eletrotécnica....... 264
Técnico de estradas............. 153 ................ 1.999


A Escola conta, ainda, com um Conselho de Professores, como órgão consultivo e deliberação pedagógica-didática, presidido pelo diretor executivo e constituído dos seguintes titulares: professores Alfredo Barbosa Salermo, Carlos Alberto Rocha, Edson Alves Pereira, Elias Abdalla Aucar, Geraldo Bonates Bezerra, Helio Prestes Assayag, Jorge Humberto Barreto, Waldir Garcia e Manoel do Carmo Chaves Neto.
 Já passaram alunos que se notabilizaram na vida profissional e se destacaram nas funções que exercem, sendo oportuno recordar, dentre outros, o saudoso professor [Pedro] Silvestre da Silva, fundador do Colégio Brasileiro de Manaus; professores Pojucan Rafael de Souza; Ildefonso Olindo dos Santos e José Dias Barbosa, já aposentados; doutor Agnus Carvalho Veloso, atual vice-diretor da Receita Federal; Afonso Pereira Lima, gerente da Nestlé, em Manaus; o famoso massagista Raimundo (Dico) Paiva; o diretor do Departamento de Estradas de Rodagem do Amazonas, engenheiro Orlando Cabral Holanda.
Os dados acima explicam, por si sós, a grande procura da atual Escola Técnica Federal do Amazonas, que conta com um corpo docente seleto e com uma direção de grande visão pedagógica e administrativa.

Hoje, a Escola Técnica Federal do Amazonas adota métodos educacionais condizentes com a fase de mudança por que passa a sociedade contemporânea. Procura auscultar as tendências vocacionais e instituir cursos técnicos necessitados pelas contingências da vida industrial incipiente, mas com perspectivas da afirmação e continuidade.
Considera “que é preciso fazer sentir a todos os jovens, que não é necessário ser doutor para ajudar este país a crescer; que o técnico de nível médio é tão importante quanto o de nível superior; que é imprescindível romper a atual estrutura que só dá valor à inteligência verbal, deixar para trás a escola discursiva, a do ensino acadêmico orientado às escolas superiores”.


A Escola se preocupa com uma reformulação que possibilite integrar o jovem, de maneira mais rápida possível, no processo de desenvolvimento nacional. Com este propósito, a Escola Técnica Federal do Amazonas se enquadra no entendimento de que a educação é o nosso primeiro problema nacional: primeiro, porque o mais urgente; primeiro, porque solve todos os outros; primeiro, porque, resolvido, colocará o Brasil a par das nações mais cultas, dando-lhe proventos e honrarias e lhe afiançando a prosperidade e a segurança; e, se assim faz-se o primeiro, na verdade se torna o único.

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