A Rua Pedro Botelho que se inicia no Rio Negro, lado Sul e termina na antiga Praça de Monte Cristo, hoje Quintino Bocaiúva, conforme cadastro da Prefeitura Municipal, já foi Rua Oriental, Rua Botelho, Rua Raimundo Salgado e também Rua Pedro Paulo. A mudança ressalte-se, vem desde o tempo da Intendência.
A história dessa artéria de pouco mais de quatro quadras, começou em janeiro de 1982. Num relato inserido em Ata da Câmara Municipal de Manaus, o Intendente Sérgio Rodrigues Pessoa, cita que alguns anos depois, foi dada a denominação de Rua Botelho à artéria aberta entre as Ruas dos Remédios e dos Andradas em virtude de ter o Capitão Álvaro Botelho da Cunha, cedido a título gratuito os terrenos para a mesma rua. O Capitão Álvaro Botelho, diz o Intendente, foi o primeiro Inspetor da Tesouraria da Fazenda Geral, da então Província do Amazonas, cargo em seu se aposentou.
As mudanças
Em dezembro de 1907, o mesmo Sérgio Rodrigues Pessoa, com um projeto de sua autoria, transformado em Lei, mudou a denominação para “Rua Raimundo Salgado”, mencionando na sua proposição como ex-Rua Oriental, desconhecendo que o nome real era Rua Botelho.
O Intendente estava homenageando o Coronel Raimundo Nunes Salgado, mas a nova denominação não chegou a ser gravada pela população, tanto que em 1910, a Intendência aprovou outro Projeto transformado em Lei nº. 642, voltando a mudar o nome que já estava oficializado como “Rua Raimundo Salgado”, mas o autor do Projeto dizia: a atual Rua Oriental passa a denominar-se de “Rua Pedro Paulo”. Quer dizer, também desconhecia o nome oficial.
O propósito era o de homenagear o General Pedro Paulo Fonseca Galvão, Inspetor da Primeira Região Militar, e que garantiu a volta do governador Coronel Antônio Clemente Bittencourt deposto do cargo por ocasião do bombardeiro verificado em 8 de outubro de 1910.
O Projeto foi aprovado no dia 22 de novembro de 1910 e a Lei tomou o nº. 477. Mas durou pouco a denominação de “Pedro Paulo” porque em outubro de 1919 voltava o Intendente Sérgio Rodrigues Pessoa a propor nova mudança: de “Pedro Paulo” para “Pedro Botelho”, nomenclatura que permanece até os dias atuais.
Era assim homenageado o Coronel Pedro Botelho da Cunha que, como militar no desempenho de Comissões no Congresso Legislativo deste Estado, de onde era filho e que como engenheiro da municipalidade, como professor da Universidade de Manaus, como diretor e Senador pelo Amazonas em 1912.
Pedro Botelho faleceu em Manaus no dia 11 de novembro de 1919, tendo o autor do projeto salientado que “a sociedade amazonense sofreu a perda irreparável de um de seus mais diletos membros por todos os títulos, aos qual o País, o Estado do Amazonas e o Município de Manaus devem serviços de alto valor pela proficiência, dedicação e patriotismo com que foram prestados”.
Fonte: BAÚ VELHO